A FETAC tem desempenhado um papel crucial na preservação da memória cultural do Acre. Por meio da agregação e tratamento de seu acervo digital, que incorpora ao seu memorial histórico mais de 1.000 documentos, jornais e imagens que retratam a cultura acreana.
A Federação de Teatro do Acre (FETAC) , em seus 46 anos de existência, vem confiante e fazendo história no cenário cultural acreano. Seja incentivando os grupos de teatro, trabalhando na capacitação dos artistas, promovendo festivais, seminários, oficinas, concursos e encontros, ou participando ativamente da construção e execução de políticas públicas para a cultura, a FETAC vem cumprindo seu papel desde a década de 1970 , agregando o movimento cultural e mantendo-se viva e atuante.
Desde 2019, incorporou mais um desafio, abraçando o trabalho de pesquisa, organização e disponibilização para o público de um vasto acervo documental, com ações voltadas ao patrimônio histórico, através do projeto Revitaliza FETAC , que concluiu em maio deste ano sua terceira edição . Com o financiamento da Prefeitura de Rio Branco, através do Edital 03/2022 do Fundo Municipal de Cultura, disponibilizado pela Fundação Garibaldi Brasil, mais de 1.000 novos documentos foram incorporados ao acervo histórico, salvo no Memorial da Federação de Teatro do Acre, localizado no Casarão.
O Projeto Revitaliza FETAC , em sua primeira edição, adquiriu equipamentos permanentes e de consumo e trabalhou na limpeza, digitalização e disponibilização de parte desse material, mais especificamente jornais das décadas de 1970 a 1990, documentos internos da federação das décadas de 1970 e 1980, fotografias e publicações impressas. O que orientou a primeira fase do Revitaliza foi a urgência de tratamento do material citado, que corria sérios assuntos de preocupação. Em sua segunda edição, realizada em 2020/2021, foram trabalhados documentos internos da federação, incluindo projetos realizados pela FETACe grupos filiados, além de documentos internos e diversos, principalmente de reuniões, congressos e eventos que realizaram e/ou participaram, e arquivos salvos em CDs e DVDs.
“Essa preocupação com a preservação da memória da cultura acreana vem desde o início de sua atuação, em fins da década de 1970, o que podemos perceber em contato com o próprio acervo, onde constam recortes de jornais e documentos institucionais deste período histórico, que vai além do teatro e abraça a cultura acreana como um todo. O grande investimento que vem sendo realizado desde 2019 é justamente o tratamento dos documentos, que já correm risco de sugestão e perda, bem como sua disponibilização ao público, para que possa contribuir com novas construções e reflexões, além de resultados obtidos em uma publicação histórica – a Revista FETAC 40 anos” , coloca Lenine Alencar, presidente da FETAC e coordenadora geral do projeto Revitaliza III.
Após o trabalho dos coordenadores e técnicos nos últimos quatro meses, com tratamento e organização dos novos documentos, o acervo já está disponível gratuitamente para consultas e pesquisas, para o público em geral, estudantes de escolas públicas e instituições de ensino superior, pesquisador acreanos e de outros estados brasileiros e comunidade artística e cultural. A ideia é que o acervo subsidia novas pesquisas, novos trabalhos artísticos e, principalmente, novas reflexões sobre o importante papel da cultura na construção da sociedade acreana. A consulta presencial se dá mediante o agendamento junto à direção da FETACe os contatos podem ser feitos via e-mail ou redes sociais, que a Entidade atenderá conforme suas possibilidades, uma vez que não dispõe de funcionários fixos para este fim.
“Trata-se de uma ação importante para a preservação, preservação e difusão das histórias e memórias do nosso Estado, uma vez que o acervo da FETAC guarda uma vasta documentação sobre a cultura acreana e rio-branquense e sobre aspectos sociais, psicológicos e psicológicos locais. Por esse motivo, precisa ser preservado, organizado e mais do que isso, disponibilizado para o grande público, fomentando novas pesquisas, novas reflexões, novos estudos e novas atividades artísticas!”, finaliza Flávia Burlamaqui, historiadora e coordenadora técnica do projeto.